nos três anos em que vivi em Timor-Leste foram muitas e belas as experiências que vivi e as gentes que conheci.


rascunho iniciado a 7/05/2009, reactivado a 30/06/2015....

o que andei eu a fazer estes anos todos?/?Bem, chegou a hora de fazer um flashback, uma recapitulação, vou buscar nos meus rascunhos de cadernos e colocar-los-ei aqui, pouco a pouco, ate me actualizar. actualizar ou atualizar? (ao mesmo tempo que sou a favor da evolução das línguas, 30 e tal anos a escrever de uma forma, uma adaptação total leva tempo, só não deveria constituir um erro uma letra onde antes ela costumava estar)


começando por timor, 3 anos, o que ficou? memorias de uma experiência de vida conectada com a dos nossos antepasados, num pais nada habituado ao turismo depois 25 anos de fronteiras fechadas ao exterior.

ficam memorias de amigos que me ajudaram a crescer, a fazer de mim o que sou hoje, amigos que nunca se esquecem; um ex-aluno que recentemente encontrei no facebook; a minha casa na praia da barra recheada de artesanato comprado na varanda da minha casa em frente ao mar em Oecussi, peças de um museu ainda por existir; paisagens idílicas, únicas, que fizeram com que a maioria de todas as outras paisagens de todos os outros países que vim a conhecer entretanto fiquem sempre numa categoria abaixo; a multiculturalidade das nações unidas experimentada através de actividades de lazer; a certeza de continuar a trabalhar em cooperação para o desenvolvimento.



















31 de outubro 2015

O zero não é zero, mas sim o
O halloween
A cabeça cansada de uma semana inteira a dormir uma média de 4 5 horas, álcool quase todos os dias, uns dias mais do que outros
A cabeça cheia de informação nova, palavras, imagens, dados, que seriam mais fáceis de processar sem as atenuantes anteriores
Mas regista se o que se pode, conversas, fotos, olhares
Aprendo na rua, sentada na rua escuto as vozes das mais velhas, das mais sofridas mas também de uma futura geração cheia de energia e criatividade


Um monte de caricas, a maioria de cuca, espalhadas pelo passeio. Um jogo nitidamente, mas que não dá para explicar oralmente como se joga. Tenho direito a uma demonstração
É jogado a 3, uma passa 5 vezes uma pequena bola à outra em frente enquanto a do meio vira o maior número de caricas que consegue ao contrário. à quinta passada, a que tem a bola atira a matar na do meio que entretanto já largou a viragem das caricas e se esquiva com rapidez e elasticidade. E assim continua. Quanto mais longe cair a bola, mais tempo tem a do meio para virar caricas. Na esquiva, no caso de conseguir apanhar a bola, a estratégia e atira-la para longe para poder entretanto virar mais caricas. E assim continua até a do meio morrer ou, melhor, virar todas as caricas.

Garrafinha se chama o jogo. Agradeço às meninas e regresso à guesthouse que já se fez quase de noite e por isso não tenho fotos do jogo.

Da janela do quarto para o largo, ouço um cantar animado de outras meninas que acompanha o jogo do elástico.

Brincadeiras da minha infância, a do elástico, e a da garrafinha em versão menos quitada, ou seja, ringue ou mata.

E são estas as brincadeiras do meio urbano. Que brincadeiras jogam as meninas e os meninos nas aldeias rurais? Será que conseguem arranjar elástico ou mesmo tampinhas para criarem os seus jogos de grupo? Entre a cidade e o campo, vi um menino com um carrinho de lata puxado por um fio. No campo não vi nada. Nem sequer vi crianças em idade escolar porque estavam na escola. Mas de certeza que entre todas as tarefas que tem certamente que desempenhar encontram momentos de brincar.